16 de dezembro de 2008
Arte e Cultura - Produções culturais também geram riqueza para o país, diz Mamberti
Além de contribuírem para o desenvolvimento da identidade do Brasil e retratarem a cultura de um povo, as produções culturais são importantes também para a economia do país, podendo representar até 8% do Produto Interno Bruto (PIB). A análise é do presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Sérgio Mamberti.
"Está na hora de pensarmos também na gestão cultural e nos darmos conta que cultura também é uma questão de economia. As produções culturais também geram riqueza para o país", disse Mamberti durante a abertura do seminário para discutir o Plano Nacional de Cultura, em São Paulo.
O seminário, que começou ontem (3), é o último da série para debater as diretrizes do plano, para, em 2009, apresentar um texto final ao Congresso Nacional.
Segundo Mamberti, a cultura é um fator de desenvolvimento para o país. "Precisamos pensar na capacitação dos servidores e gestores da área e estudar parcerias", disse.
Para ele, esta é a primeira ocasião que a cultura está sendo valorizada e entrando na agenda do país. "Finalmente a cultura está sendo tirada do papel, temos que aproveitar a chance para trabalhar para sociedade", afirmou.
Uma das discussões, segundo Mamberti, é encontrar outras formas de financiamento à cultura. "A Lei Rouanet não pode ser a única fonte de renda para a cultura. Este é o momento para se pensar em outras possibilidades de financiamento para nossa produção", opiniou.
Para o presidente da Funarte, outro ponto a ser discutido é o acesso à cultura. "Não cabe ao governo somente financiar e sim garantir o acesso às produções por ele financiadas. Isso é a democratização da cultura".
Sérgio Mamberti acredita que os seminários são importantes para encontrar soluções para estas e outras questões do setor como a meia-entrada para estudantes. "A preocupação das produtoras é pertinente, mas é preciso que exista o diálogo para chegar a um consenso", falou. Segundo ele, desde 2001 há "uma total ausência de controle das carteirinhas". "Devemos procurar um equilíbrio", afirmou.
Mamberti também argumenta que o Plano Nacional de Cultura não deve ser o único no país para promover a cultura. "Os planos estaduais e muncipais são fundamentais, são um complemento ao nacional", ressaltou.
Fonte: Agência Brasil (4 de Dezembro de 2008)
11 de dezembro de 2008
Sobre filmes, cegos e monstros
Finalmente ontem assisti "Ensaio sobre a cegueira", filme dirirgido pelo Fernando Meirelles a partir do romance homônimo de José Saramago. Eu diria que, se o livro foi um dos melhores romances que eu já li, o filme não fica atrás: a densidade dramática do filme é imensa, por dar a ver a redução da complexidade das relações humanas a uma míséria ética inigualável.
A personagem da "mulher do médico" é uma heroína que me intriga: na cena do jantar, logo ao início do filme, mostra uma mulher frágil, confusa, nervosa, preocupada não com "grandes projetos", mas em realizar com sucesso uma refeição pra ela e o marido. Me lembra a Ana (do conto "Amor" de Clarice Lispector) mas que, diferente da personagem brasileira, a mulher do médico é posta em choque com uma realidade bem mais contundente que a imagem de um cego mascando chicletes. Na história de Saramago, a mulher é jogada num mundo de cegos que não passam a mesma tranquilidade com que estava o cego dos chicletes: demonstra-se, ao contrário, a violência a que pode chegar o homem quando deslocado da sua vida habitual. Nas cenas que envolvem a tomada de poder pela Ala 3, chama atenção a figura do cego de nascença: deslocado da sociedade durante toda a vida, vislumbra naquela situação se confinamento a chance de poder.
Outra figura emblemática no filme é o menino: pois, num mundo degradado como se tornou a convivência na quarentena, lá estava o menino oferecendo um contraponto à barbárie total. Num apelo maior do que se sua presença fosse vista: em vários momentos, o rapazinho segurava a mão das personagens, mantinha o contato físico, muito mais íntimo e muito mais intenso que a visão.
A nudez presente no filme é um limite: o limite entre o que restou da "humanicidade" e o que restou do animal. A nudez mescla-se com o sexo, com os excrementos, com o sono, a chuva, a fome...
A fotografia é perfeita, predominantemente clara, jogando com a cegueira branca, como se, a qualquer momento, nós (público) fôssemos ser tomados pela doença. Ao mesmo tempo que há cenas mais escuras, de maior contraste, como que dando a visão da mulher do médico: talvez a cena de sexo entre o médico e a moça de óculos seja a que melhor realce esse jogo da fotografia.
Lembro que a sugestão de leitura foi do Maico. Em um momento ímpar de inversão, quando era eu que mais lhe sugeria leituras. E, inversões à parte, eu li a sugestão dele. Mais legal ainda foi a oportunidade em que discutimos o livro do Saramago: num acampamento no morro, os dois tigüeras num fusca, cedinho da manhã, comendo pão e tomando cachaça. Dá pra imaginar?
Eu não sou tão ligado assim em lançamentos. É quando um filme já foi visto por todo mundo e já saiu da categoria de "super lançamentos" é que me dá vontade de vê-lo... Dos filmes lançados esse ano, "Blindness - Ensaio sobre a Cegueira" foi o mais esperado por mim. E fazia questão de ver no cinema (de Santa Maria mesmo...). Fora esse, só o Hulk. Grande expectativa em ver o protagonista da história interpretado por Edward Norton, além do que estou adorando o ciclo de filmes de heróis da Marvel. Qual foi a minha surpresa ao ver que a primeira metade do filme se passa na Favela da Rocinha? Recomendo, adorei o filme... (em off posso comentar uma cena com o seu devido humor negro, mas aqui não seria politicamente correto). Esses dias nos despertou o interesse em ver Wall-E. Ah, Maico, e Nasça depois de ler (inteligência é relativa) daqui a pouco chega aqui em Santa Maria...
2 de dezembro de 2008
Estava demorando...
Estava demorando para se aproveitarem do momento de grande consternação e fragilidade com que temos passado diante da tragédia que assola a população do leste de Santa Catarina. Além de dizer que a culpa é (leia-se: Lula) dos governos (e não, quem sabe, fenômenos naturais que respondem à destruição do planeta pelo homem), entrevistam justamente um dos filhos do DEMO, Rodrigo Maia. O que ele tem a dizer? De modo semelhante com o que ocorrera com os familiares das vítimas do desastre envolvendo o avião da TAM em Congonhas, os conservadores e os reácionários procuram tirar proveito político. Que falta de respeito com o povo... Aí, mais tarde, no Jornal da Globo, noticiam "as centenas de milhões de reais" que os grandes empresários do vale do Itajaí deixam de lucrar com todo esse desastre...
E quem é o Geddel?
O Geddel já foi chamado de Babá do PMDB pelo Presidente Lula (referência ao deputado do PSOL/PA, ex- PT). É administrador de empresas, pecuarista, cacauicultor, deputado eleito pela Bahia e o atual ministro da Integração Nacional desde o início de 2007. Crítico ferrenho de Lula durante o primeiro mandato, o novo ministro da Integração Nacional resolveu apoiar o petista Jaques Wagner para o governo da Bahia (provalelmente juntando forças para combater o Carlismo) e assim, também apoiar em 2006 a campanha presidêncial pela reeleição.
http://www.integracao.gov.br/
Entrevista Época:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT539130-1666-1,00.html
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT539130-1666-2,00.html
* postagem ainda inconclusa...!