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27 de março de 2010

Quando a pólvora do fósforo explode um grampeador de mercúrio

Um amigo meu dizia – a Taise narrando – que o grampeador não deveria se chamar “grampeador”. Deveria chamar-se “grampeadouro”. Como “bebedouro”, que é o aparelho em que se bebe. Grampeador não deveria ser a pessoa que está grampeando?

Esse foi um dos tópicos de uma conversa entre eu e a Taise, sábado pela manhã cedo, sobre o significado das palavras, enquanto tomávamos chimarrão.

Foi a Taise que puxou assunto a respeito do mercúrio, o “negocinho vermelho” que as mães passavam no machucado das crianças, que é uma solução iodada utilizada para evitar infecção. Ela questionou-se a respeito do nome do remédio, que se refere a um metal pesado, extremamente tóxico. E que, obviamente, não está na solução do referido medicamento, à base de iodo, um não-metal. Pensemos que as pessoas estão mais propícias a lembrar do mercúrio como remédio e não como elemento químico: será que dá agora para imaginar as pessoas passando mercúrio na pele...?

Caso contrário – argumentei – é o do fósforo. O fósforo não tem fósforo. Na verdade, está certo se falamos em “caixinha de fósforo”, pois o elemento fósforo está presente na lateral da caixinha, e não no palito. O palito possui pólvora (mistura de nitratos, enxofre e carvão), mas, ao falarmos em caixinha de fósforo, somos levados a imaginar uma caixa que contenha fósforo: e assim, o palito de pólvora ganha o nome de “fósforo”! Porém – como a Taise argumentou – imaginemos as pessoas receosas pela sensação de violência que a ideia de ter pólvora em casa propicia...

PS: A sugestão de título é da própria Taise, que corresponde à maneira de levar as suas inquietações.

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