Minha mãe está lendo O caminhão, tradução de Le camion, de Marguerite Duras, livro com que trabalhei durante meu projeto de pesquisa no mestrado. Durante a tarde, entre uma conversa pela internet de muitos temas, ela toca no assunto e puxa conversa...
Mãe: Estou quase terminando O Caminhão...
Blog do Berned: E o que está achando?
Mãe: Meio complicado... Tem que entrar na história para entender o que ela pretende...
Parece escondido...
Tem que aguçar a imaginação...
Blog do Berned: Sim, é a ideia: exigir do leitor uma participação ativa na leitura.
Mãe: Yes! Disseste melhor!
Tem que se colocar em cada personagem... tipo, viver junto a história.
Estar no caminhão.
Imaginar a paisagem...
E o que se passa na cabeça da mulher...
É tudo invenção o que ela fala?
Ela saiu de um sanatório como fala o Gérard Depardieu...
Ou é uma solitária que procura viver uma história pedindo carona?
Blog do Berned: Eis o tempo hipotético na organização da narrativa!
Mãe: Ou seja: uma incógnita!
Blog do Berned: Não é uma incógnita, pois não há resolução para isso.
Ou seja, as possibilidades são infinitas!
Mãe: Hummm... não tinha pensado nisso!
Cada leitor imagina o que quiser e pronto.
Blog do Berned: Exatamente...
Mãe: Será que no filme não fica meio... sem graça?
Pois, no final, é a montagem de um filme...
Blog do Berned: Talvez, não vi o filme.
Mas acho que o efeito é semelhante... Pois a atenção não estaria na imagem, apesar dela estar bem ali em frente! Mas possivelmente no som, como um convite para fechar os olhos e imaginar...
Mãe: Hummmm...
Mas já fiquei imaginando como seria o filme...
Blog do Berned: Exatamente, é esse o efeito!
Mãe: Imaginar e não assistir?
Blog do Berned: Sim!
Mãe: E também seria sem ação...
Ela por vezes cantarola uma canção...
Blog do Berned: E que canção é?
Imagina alguma para o filme que se passa durante a tua leitura?
Mãe: Ainda não tentei...
Mas num filme ficaria meio parado. Pois ele, G.D., só responde por monossílabos...
Ficaria um diálogo unilateral?
Blog do Berned: Imagina que ela está no papel de quem conta uma história;
e ele, no nosso papel, daquele que ouve a história e orienta o nosso papel, a participar, a interrogar(-se) e a imaginar a história.
Mãe: Então, é uma sala com uma mesa e somente duas personagens contando uma história que o público só imagina....
Blog do Berned: O paradoxo é ir ao cinema ver isso, quando as narrativas contadas por alguém ao pé de fogueiras são milenares...
O homem sente a necessidade de ouvir e contar histórias...
Mãe: Mas e esse filme existe?
Blog do Berned: Sim.
E se passa em uma sala, com uma mesa e somente duas personagens contando uma história que o público só imagina.
Mãe: E não foi aquele que ela não gostou de como fizeram?
Não... esse foi O Amante!
Blog do Berned: O caminhão foi ela mesma quem fez.
Mãe: E ela gostou?
Blog do Berned: Sim... ela fez como queria que fosse feito.
Mãe: Hummm... Intrigante e curioso.
Ou desperta a curiosidade para assisti-lo.
Mãe: Estou quase terminando O Caminhão...
Blog do Berned: E o que está achando?
Mãe: Meio complicado... Tem que entrar na história para entender o que ela pretende...
Parece escondido...
Tem que aguçar a imaginação...
Blog do Berned: Sim, é a ideia: exigir do leitor uma participação ativa na leitura.
Mãe: Yes! Disseste melhor!
Tem que se colocar em cada personagem... tipo, viver junto a história.
Estar no caminhão.
Imaginar a paisagem...
E o que se passa na cabeça da mulher...
É tudo invenção o que ela fala?
Ela saiu de um sanatório como fala o Gérard Depardieu...
Ou é uma solitária que procura viver uma história pedindo carona?
Blog do Berned: Eis o tempo hipotético na organização da narrativa!
Mãe: Ou seja: uma incógnita!
Blog do Berned: Não é uma incógnita, pois não há resolução para isso.
Ou seja, as possibilidades são infinitas!
Mãe: Hummm... não tinha pensado nisso!
Cada leitor imagina o que quiser e pronto.
Blog do Berned: Exatamente...
Mãe: Será que no filme não fica meio... sem graça?
Pois, no final, é a montagem de um filme...
Blog do Berned: Talvez, não vi o filme.
Mas acho que o efeito é semelhante... Pois a atenção não estaria na imagem, apesar dela estar bem ali em frente! Mas possivelmente no som, como um convite para fechar os olhos e imaginar...
Mãe: Hummmm...
Mas já fiquei imaginando como seria o filme...
Blog do Berned: Exatamente, é esse o efeito!
Mãe: Imaginar e não assistir?
Blog do Berned: Sim!
Mãe: E também seria sem ação...
Ela por vezes cantarola uma canção...
Blog do Berned: E que canção é?
Imagina alguma para o filme que se passa durante a tua leitura?
Mãe: Ainda não tentei...
Mas num filme ficaria meio parado. Pois ele, G.D., só responde por monossílabos...
Ficaria um diálogo unilateral?
Blog do Berned: Imagina que ela está no papel de quem conta uma história;
e ele, no nosso papel, daquele que ouve a história e orienta o nosso papel, a participar, a interrogar(-se) e a imaginar a história.
Mãe: Então, é uma sala com uma mesa e somente duas personagens contando uma história que o público só imagina....
Blog do Berned: O paradoxo é ir ao cinema ver isso, quando as narrativas contadas por alguém ao pé de fogueiras são milenares...
O homem sente a necessidade de ouvir e contar histórias...
Mãe: Mas e esse filme existe?
Blog do Berned: Sim.
E se passa em uma sala, com uma mesa e somente duas personagens contando uma história que o público só imagina.
Mãe: E não foi aquele que ela não gostou de como fizeram?
Não... esse foi O Amante!
Blog do Berned: O caminhão foi ela mesma quem fez.
Mãe: E ela gostou?
Blog do Berned: Sim... ela fez como queria que fosse feito.
Mãe: Hummm... Intrigante e curioso.
Ou desperta a curiosidade para assisti-lo.
Para conhecer mais da boleia desse caminhão, procure o livro aqui.