literatura, política, cultura e comportamento.
seja em santa maria, em alegrete, no rio de janeiro, em osório ou em liechtenstein.
na verdade, tanto faz.

23 de abril de 2009

Programa de Lutas: hoje e há um ano


Dia 22 de abril tive a oportunidade de acompanhar, como parte do Encontro Estadual de Educadores e Educadoras das Escolas da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul, uma palestra sobre estudo e debate da Conjuntura Agrária e o MST, com João Pedro Stédille e Ivonete Tonin. É parte de um grande avanço a universidade federal estar acolhendo esse tipo de debate que, na verdade, propicia um princípio de democratização do conhecimento. A academia torna-se um espaço tanto de ensino como de aprendizado quando é ocupada pelos movimentos populares, re-significando, portanto, a própria idéia de universidade. Assim, são postos como elementos condicionantes para o êxito da consolidação de sonhos materializados em projetos de mudança:

- luta social;
- organização;
- conhecimento.

Stédile, em sua fala, destaca a necessidade que se impõe à luta pela reforma agrária em se unir com outras frentes de luta para derrotar o sistema neoliberal. Ou seja, as diversas frentes de luta não podem continuar isoladas; o momento histórico exige que se retomem pautas específicas como parte de um projeto maior de sociedade, mais amplo. Trata-se de um dos grandes desafios daqueles que contestam o sistema vigente, conforme Ivonete abordou. Cada postura e cada reivindicação transpassam um projeto de sociedade que se deseja, portanto, eles devem estar concatenados com um projeto maior para o modelo que se quer. Em jogo se coloca a necessidade de um projeto coletivo, unificado a partir dos mais diversos anseios das classes populares.

As mudanças que se almeja não se tratam, necessariamente, apenas de reformas de base. As mudanças que por ora se almejam podem ser mais profundas no que diz respeito aos modelos de sociedade; ou seja, deve-se continuamente se questionar que tipo de homens e mulheres serão formados por uma nova sociedade, que valores, que ética e que moral. O que não significa, por sua vez, contentar-se com o que está posto. Acreditar em um futuro melhor é constitutivo do ser humano, é o que faz com que nosso corpo e nossa mente não seja apenas um aglomerado de carne e ossos esmorecidos.

É nesse momento de crise que costumam se desenhar grandes mudanças; e cabe a cada um decidir o seu papel, seja de espectador ou de protagonista dessas mudanças. Pois cada um de nós é responsável pelas escolhas que tomamos. O porvir será construído a partir do desejo dos protagonistas do processo, e cabe aos protagonistas vislumbrarem o futuro e suas consequências, tanto positivas quanto negativas. Para uns e para outros, o modo de lidar com esses anseios de mudanças são diferentes: as contradições que se estabelecem são entre o descontentamento com o presente, mas ao mesmo tempo, um medo do desconhecido. E cabe ressaltar que lançar-se ao desconhecido é despersonalizar-se em meio à escuridão, apesar de tatear-se o tempo todo à procura de luz. Assim, lançar-se a um projeto cujas proporções são desconhecidas pode ser análoga à visão à beira do abismo: um misto de medo e fascínio...

Não deixe de acessar: http://www.mst.org.br/mst/home.php
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O MST hoje está em meio à criminalização dos movimentos sociais e o avanço do agronegócio; assim, enfrentam o bombardeamento midiático em relação ao caso no Pará, sem que haja o direito ao contra-argumento, bem como no que diz respeito ao fechamento das escolar itinerantes e o despejo de acampamentos. As informações que seguem abaixo são de quase um ano atrás. Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu. E o que mudou? O que continua na mesma?

NOTÍCIAS DO RIO GRANDE DO SUL

A dona Yeda é a encarnação da barbárie dos burocratas de plantão instalados em diferentes instituições da sociedade do RS. Lá estão eles, nas Universidades, nos Meios de Comunicação, nos Aparelhos Ideológicos e Repressivos do Estado com os seus Partidos (PMDB, PP, PPS, DEMOS, PTB...) etc. E agora o Ministério Público, com a sua "investigação" subsidiada em fontes contaminadas por ideologias ultrapassadas e desprovidas de princípios éticos, científicos e metodológicos, está perdendo legitimidade e confiança diante de uma cidadania plena.
O que me deixa indignada e perplexa, além da retórica do MP é o momento escolhido pela PM atacar o MST: ao amanhecer de um dia de inverno rigoroso com os campos cobertos de geada para desmontar os acampamentos. Só quem viveu ou vive no campo sabe que a intensidade de frio nesse horário é o mais intenso, tem-se a sensação que ele penetra no corpo atingindo até os ossos.
Essas incivilidades estão acontecendo por que o RS tem uma governadora com muita "sensibilidade", como foi propagado em sua campanha. O Rio Grande está mostrando as garras da sua "elite".
Nelly
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=8783903740547413857&postID=6887972303826215733&isPopup=true&pli=1


zerohora.com
Confira, em fotos, o trabalho de remoção das famílias realizado pela BM em Coqueiros do Sul
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1980997.xml&template=3898.dwt&edition=10092&section=807
(link logo abaixo da reportagem “A NOVA FORMA DE COMBATE AO MST”)

Deputados criticam atitudes da Brigada Militar e do Ministério Público estadual
Quarta-feira, 18 de Junho de 2008

Na Assembléia Legislativa, o líder da bancada do PT, Raul Pont, condenou a operação da Brigada Militar em dois acampamentos do MST e expressou preocupação com as sucessivas investidas da BM e do Ministério Público Estadual contra os movimentos sociais. “Este procedimento objetiva criminalizar os movimentos sociais”, denunciou. Pont também chamou a atenção para a manchete do jornal Zero Hora nesta quarta-feira, “MST sofre contra-ataque ao amanhecer”. “Qual foi o ataque? Qual foi a invasão feita ontem?” – questionou. A Brigada, acrescentou o deputado, não combate a violência nas cidades e tampouco faz policiamento preventivo, mas com a maior facilidade reúne 500 policiais para um contra-ataque a um ataque que não aconteceu num acampamento majoritariamente composto por crianças e mulheres. “Essa é a atual política do Estado”, resumiu Pont.
Na mesma linha, o deputado Dionilso Marcon disse que o governo do Estado e o Ministério Público têm raiva de pobre. “Vou pedir à Comissão de Direitos Humanos do Senado para interferir junto ao MP a fim de que este órgão deixe de perseguir os pobres”, anunciou o deputado que criticou ainda o MP por ter pouca disposição para apurar denúncias de corrupção no Detran e em outros órgãos públicos.
http://www.rsurgente.net/2008/06/deputados-criticam-brigada-e-ministrio.html

Acampados - episódio Coqueiros do Sul

Uma aula de vida e de sociedade para qualquer um...


Yeda Crusius manda coronel Mendes reprimir protestos contra corrupção no governo
Quarta-feira, 11 de Junho de 2008

"A manifestação foi duramente reprimida com balas de borracha, bombas, gás lacrimogêneo e spray pimenta. Mais tarde, quando tentaram reiniciar a marcha, os manifestantes foram novamente impedidos de caminhar, empurrados para o Parque Harmonia e agredidos pela Brigada Militar. Um oficial da BM disse aos manifestantes que eles não iriam para a frente do Palácio Piratini de jeito nenhum. Os principais ferimentos foram provocados por balas de borracha. Um agricultor teve o braço quebrado por um brigadiano".
http://www.rsurgente.net/2008/06/baderna-provocada-por-gente-desocupada.html

"Os policiais, comandados pelo coronal Paulo Mendes, lançaram bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra o grupo e atingiram, inclusive, os deputados Raul Carrion (PcdoB) e Dionilso Marcon (PT), que acompanhavam a marcha e tentavam negociar e liberação pacífica da manifestação".
http://www.rsurgente.net/2008/06/yeda-crusius-manda-coronel-mendes.html

Brigada Militar Agride Manifestantes em Porto Alegre


Do site da Assembléia Legislativa do RS I

“Manifestantes não podem ser tratados como delinqüentes. Impedir o acesso deles à Praça da Matriz é incompatível com o Estado Democrático de Direito e com a Constituição”, alertou, acrescentando: “o primeiro ato deste novo Conselho criado para gerenciar a crise foi entregar a polícia ao coronel Paulo Mendes, uma pessoa sem condições de dirigir a Brigada Militar devido a sua visão truculenta, que confunde manifestantes com delinqüentes e criminosos. Esta política é de responsabilidade dos partidos que assumiram este Conselho”.
http://www.al.rs.gov.br/ag/NOTICIAS.ASP?txtIDMATERIA=204995&txtIdTipoMateria=3

Enquanto isso...
Veiculação das notícias na RBS TV

(Reportagem especifica a partir de 05:34)

Do site da Assembléia Legislativa do RS II
"Durante o período do Grande Expediente, o deputado José Sperotto (DEM) prestou homenagem à empresa Aracruz Celulose. Dois assuntos dominaram os debates na tribuna: o confronto ocorrido hoje entre manifestantes e a Brigada Militar em Porto Alegre e as denúncias que envolvem o governo federal na venda da Varig".
http://www.al.rs.gov.br/ag/NOTICIAS.ASP?txtIDMATERIA=204998&txtIdTipoMateria=1

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