O que significa investir em educação? Creio que investir em educação é investir em melhoria de qualidade de vida, de emprego e de desenvolvimento a médio e longo prazo. É criar oportunidades para que as nossas crianças, adolescentes e jovens vejam um horizonte próspero em seu futuro... “É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê!” – cantam Los Hermanos.
Nessa minha estadia profissional pelo Alegrete, tenho ouvido de tudo. Adotei a postura cautelosa de mais ouvir do que falar, pois tudo pelo que passamos pode se converter em aprendizado e amadurecimento. Porém, nem tudo que ouvimos deve ser assimilado acriticamente: a coerência com o modo de concebermos o mundo e modificá-lo deve estar em constante tensão com o que lemos e ouvimos.
Numa dessas conversas, em Alegrete, ouvi dizer que não há oportunidade de formação profissional para o jovem alegretense. De fato, a juventude do Alegrete deve ter prioridade nas políticas públicas nas esferas estaduais e federais (contando com a eleição da Dilma), pois muitos jovens hoje não têm perspectivas de emprego e renda, e surgem como possibilidades, ou a saída para grandes centros industriais, ou o descambar para a criminalidade. Podemos ver que isso se dá pela pobreza da região, ao (ainda!) privilegiar um coronelianismo feudal de subserviência e a concentração de renda em torno de meia dúzia de famiglias. O próprio Alegrete não investe no Alegrete, não gera poder de consumo para que se possam desenvolver economicamente as cidades da região.
Por outro lado, afirmar que nada esteja acontecendo é ler a realidade empírica de forma fragmentada e, portanto, limitada. Voltemos aos anos 90, relembremos do Alegrete naquela época, e imaginaríamos uma cidade universitária? Com certeza isso seria motivo de chacota entre a juventude da época, para quem tinha apenas Porto Alegre, Santa Maria, Rio Grande e Pelotas como possibilidades de cursar uma universidade gratuita (pública e de qualidade!).
Mas o Alegrete está mudando. Hoje a cidade conta com CINCO UNIVERSIDADES, das quais, contribuindo para a interiorização e democratização da educação, TRÊS SÃO PÚBLICAS: a Unipampa, o Instituto Federal Farroupilha (que oferece cursos tecnológicos de níveis médio e superior e atende a uma demanda de licenciaturas e cursos de pós-graduação) e a UERGS (que tende a ter seus investimentos retomados com a eleição de Tarso Genro para o Rio Grande do Sul). Além disso, temos a URCAMP, por onde as pessoas podem ser financiadas por meio do PROUNI. Também há a UNOPAR, que tem contribuído com a formação de profissionais na região por meio do ensino a distância, estimulado pelo Governo Federal, como diminuição das fronteiras à informação e ao conhecimento.
Enquanto a população da cidade não assimila a importância histórica desses investimentos na cidade, nossos jovens não estarão enxergando essas instituições como possibilidades concretas. Nós, educadores, pais, gestores públicos, jornalistas – todos – temos a responsabilidade de divulgar e incentivar nossos jovens. O grande medo hoje na cidade é que ela forme pessoas, mas não gere mercado para que possam atuar na própria cidade e região. Ora, só é possível garantir que esses profissionais possam permanecer e colaborar com o desenvolvimento da cidade se houver a geração ampla de formação e empregos à juventude, por meio de incentivos concretos de emprego e renda nas mais diversas áreas.
O posicionamento estratégico da cidade, a meio caminho do Uruguai e da Argentina, faz com que a cidade seja promissora. Porém, o que parece é que a cidade espera um messias que virá e, com a sua graça e palavras mágicas, transformará a cidade em um reino dos céus. Parece não ser claro que a mudança só pode acontecer por meio de tensionamento político, envolvimento social e posicionamento frente aos projetos para a cidade. Que cidade o povo do Alegrete quer para o Alegrete? E o que é necessário fazer para o Alegrete corresponder às expectativas dos seus cidadãos? Como operar, como resolver os problemas que impedem o Alegrete de corresponder a essas expectativas? Precisamos parar de resmungar e, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperar o apocalipse chegar! Precisamos ser propositivos e objetivos para a cidade que se espera e se quer para o Alegrete!
Nessa minha estadia profissional pelo Alegrete, tenho ouvido de tudo. Adotei a postura cautelosa de mais ouvir do que falar, pois tudo pelo que passamos pode se converter em aprendizado e amadurecimento. Porém, nem tudo que ouvimos deve ser assimilado acriticamente: a coerência com o modo de concebermos o mundo e modificá-lo deve estar em constante tensão com o que lemos e ouvimos.
Numa dessas conversas, em Alegrete, ouvi dizer que não há oportunidade de formação profissional para o jovem alegretense. De fato, a juventude do Alegrete deve ter prioridade nas políticas públicas nas esferas estaduais e federais (contando com a eleição da Dilma), pois muitos jovens hoje não têm perspectivas de emprego e renda, e surgem como possibilidades, ou a saída para grandes centros industriais, ou o descambar para a criminalidade. Podemos ver que isso se dá pela pobreza da região, ao (ainda!) privilegiar um coronelianismo feudal de subserviência e a concentração de renda em torno de meia dúzia de famiglias. O próprio Alegrete não investe no Alegrete, não gera poder de consumo para que se possam desenvolver economicamente as cidades da região.
Por outro lado, afirmar que nada esteja acontecendo é ler a realidade empírica de forma fragmentada e, portanto, limitada. Voltemos aos anos 90, relembremos do Alegrete naquela época, e imaginaríamos uma cidade universitária? Com certeza isso seria motivo de chacota entre a juventude da época, para quem tinha apenas Porto Alegre, Santa Maria, Rio Grande e Pelotas como possibilidades de cursar uma universidade gratuita (pública e de qualidade!).
Mas o Alegrete está mudando. Hoje a cidade conta com CINCO UNIVERSIDADES, das quais, contribuindo para a interiorização e democratização da educação, TRÊS SÃO PÚBLICAS: a Unipampa, o Instituto Federal Farroupilha (que oferece cursos tecnológicos de níveis médio e superior e atende a uma demanda de licenciaturas e cursos de pós-graduação) e a UERGS (que tende a ter seus investimentos retomados com a eleição de Tarso Genro para o Rio Grande do Sul). Além disso, temos a URCAMP, por onde as pessoas podem ser financiadas por meio do PROUNI. Também há a UNOPAR, que tem contribuído com a formação de profissionais na região por meio do ensino a distância, estimulado pelo Governo Federal, como diminuição das fronteiras à informação e ao conhecimento.
Enquanto a população da cidade não assimila a importância histórica desses investimentos na cidade, nossos jovens não estarão enxergando essas instituições como possibilidades concretas. Nós, educadores, pais, gestores públicos, jornalistas – todos – temos a responsabilidade de divulgar e incentivar nossos jovens. O grande medo hoje na cidade é que ela forme pessoas, mas não gere mercado para que possam atuar na própria cidade e região. Ora, só é possível garantir que esses profissionais possam permanecer e colaborar com o desenvolvimento da cidade se houver a geração ampla de formação e empregos à juventude, por meio de incentivos concretos de emprego e renda nas mais diversas áreas.
O posicionamento estratégico da cidade, a meio caminho do Uruguai e da Argentina, faz com que a cidade seja promissora. Porém, o que parece é que a cidade espera um messias que virá e, com a sua graça e palavras mágicas, transformará a cidade em um reino dos céus. Parece não ser claro que a mudança só pode acontecer por meio de tensionamento político, envolvimento social e posicionamento frente aos projetos para a cidade. Que cidade o povo do Alegrete quer para o Alegrete? E o que é necessário fazer para o Alegrete corresponder às expectativas dos seus cidadãos? Como operar, como resolver os problemas que impedem o Alegrete de corresponder a essas expectativas? Precisamos parar de resmungar e, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperar o apocalipse chegar! Precisamos ser propositivos e objetivos para a cidade que se espera e se quer para o Alegrete!
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