literatura, política, cultura e comportamento.
seja em santa maria, em alegrete, no rio de janeiro, em osório ou em liechtenstein.
na verdade, tanto faz.

26 de outubro de 2009

“Realpolitik”



Em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo (10/2009), o presidente Lula fez uma afirmação de que o papel da imprensa é o de informar, não o de fiscalizar. Sua referência é aos próprios órgãos de fiscalização governamentais e, em outra instância, aos poderes legislativos e judiciários.

Ao passo que o poder político é dado pelo povo em sistema de representatividade (considerando a sua fragilidade), e as instâncias jurídicas e policiais passam pela admissão pública (que está em jogo o perfil de profissional que a res publica precisa), a imprensa está livre dessa legitimação pública, exceto pelo valor de mercado. Ou seja: ainda que possa haver distorções, em princípio no estado democrático os três poderes passam (direta ou indiretamente) por uma legitimação pública; o chamado quarto poder, a mídia, não. E ela está na nossa vida, nos ditando modelos e opiniões, ainda que não queiramos pagar por ela: basta ligar a televisão no horário do almoço ou do jantar.

E quem dá essa legitimação de poder à imprensa? Não me refiro aos espectadores, essa massa bovina e acrítica que somos levados a ser; mas a quem a financia. Lendo a ótima entrevista do delegado Protógenes Queirós à Carta Capital (dez/2008), ao se referir ao caso Daniel Dantas, ele cita Marx no seguinte comentário:

Daniel Dantas representa um poder ainda invisível. É visível à medida que começamos a aprofundar a investigação. Ou até num debate público, aí as pessoas começam a se revelar. Marx dizia “os quadros da sociedade começam a se revelar através de um processo público em que as pessoas se posicionam”. Alguns com um ideal, outros com outro ideal. Às vezes me dizem “estão criticando a Satiagraha, a verdade é que foi um sucesso, pautou-se pela lei, pelas regras do direito penal brasileiro, pela Lei de Crimes Contra o Sistema Financeiro Brasileiro. Tanto que vamos ter uma condenação em breve. Significa que o resultado das investigações foi legal.

Posicionamento: é ao se posicionar (ou não!) que se desvelam os jogos de interesse. Ideologia: não é restrita à posição explicitamente política, mas subordina o modo como que as pessoas vêem o mundo. Ou seja, nossa ideologia se revela perante nossa posição em relação ao mundo. Mas os interesses podem vir a ser reais ou manipulados (agora sim, me refiro aos espectadores, essa massa bovina e acrítica que somos levados a ser). Talvez esteja aí o real sentido da afirmação de que a religião, para Marx, é o ópio do povo. Talvez fosse no contexto e história européias; talvez, hoje, século XXI, o ópio do povo sejam os meios de comunicação, informação e entretenimento de massa. Será que não?

Acima, um vídeo no mínimo, interessante: um espaço de debate entre jornalistas globais. Ao invés de dar notícias com ares de imparcialidade, em que fica claro o desejo de passar por factual o que é de natureza opinativa, eles estão colocando as cartas na mesa, ou seja, revelando a sua posição. Ideológica.

24 de outubro de 2009

Não se fume!

Sou levado a ser favorável à proposta de coibir o fumo em ambientes fechados. E não é uma coisa de opção do estabelecimento, oferta de alternativas ao fumante ou criação de espaços alternativos, como há hoje. Pois, ainda que haja a área de fumantes e de não-fumantes em um estabelecimento comercial, por exemplo, o trabalhador do local (imaginemos um garçom) transita por todas as áreas e não têm voz nesse debate.

Tenho visto um esforço em potilizar esse debate: primeiro, o fato de ter sido o governo tucano de São Paulo a ter proposto essa medida. Dessa forma, estaria em jogo uma falsa dicotomia entre a direita “saudável” e a esquerda “fumante”. As coisas não podem ser colocadas dessa forma, pois tornaria o debate muito raso. De outra forma, haveria uma “perseguição” ao fumante, como que criminalizando o ato de fumar. E, aproximando essa discussão à da legalização de drogas, estaria em debate a autonomia do sujeito sobre o próprio corpo.

É claro para mim que a restrição ao uso de drogas (ressalta-se: lícitas e ilícitas) passa pela liberdade individual e o conseqüente risco à saúde e vida de outras pessoas. E quem teria autoridade para intervir nesses tênues limites da liberdade individual é o estado. Se há os que querem a liberdade de fumar, há os que querem a liberdade de não fumar passivamente. E, reitero: não se trata de uma simples separação de espaços, pois há os que transitam entre os ambientes sem poder intervir.

Penso inclusive que o foco da lei está no fumante, ao passo que deveria estar no processo de fabricação dos cigarros. Afinal, o processo de plantio e colheita de fumo são altamente prejudiciais aos agricultores, sobretudo ao considerarmos que a origem dessas folhas são frequentemente da agricultura familiar; ou seja, está em jogo a exposição de crianças aos malefícios da produção do fumo.

Logicamente que se trata de questões delicadas a esse respeito. Se o estado tem esse poder para intervir nas escolhas do sujeito? Cabe considerar como outros países já trataram desse assunto e a que resultados chegaram. Em jogo deve estar o exercício da alteridade e da tolerância, para se conseguir um debate frutífero. Enquanto isso, confiram acima a campanha (supercriativa) que está sendo veiculada na ULBRA TV.

22 de outubro de 2009

Simon, ¿por qué no te callas?

Essa imagem e texto são parte da capa do jornal O Sul, data de hoje. Nela, está estampada a tentativa de azedar as relações entre PT e PMDB. Que o PMDB representa muito da política retrógrada do país e do nosso estado, isso é fato. Porém, o PMDB não se reduz a isso: hoje o PMDB é o maior partido do Brasil porque é um enorme saco de gatos, ou seja, tem de tudo. Além do mais, o PMDB tem sempre jogado com quem está ganhando, fruto de um projeto de nação frágil, que não permite com que se tenha consolidada uma unidade partidária nacional.

No entanto, a parceria PMDB e PT tem funcionado nos altos escalões do governo. A dimensão do PMDB tem dado a governabilidade que o PT precisa. Porém, em virtude da heterogeneidade ideológica (ou de
interésses?) do PMDB, não há consonância entre a direção nacional e a thurma do Simon e do Quércia. O país está no rumo certo, embora haja muito ainda por fazer. E, de opções consideráveis a serem a continuidade do Governo Lula e o impedimento do retorno tucano, a união entre PT e a direção nacional do PMDB está se mostrando válida. Porque agourar esse casamento à la William Blake, senador Simon? ¿Por qué no te callas?

E o senador se calou. Não lá no âmbito nacional, onde ele insiste em posar de paladino da ética e faz o joguinho da mídia que lhe convém. Ele se calou a respeito do apoio do PMDB gaúcho, que apóia o governo Yeda. Ele se calou a respeito da própria Yeda, que vem cada vez mais se afundando em sua própria incapacidade de transparência. Tenho pavor da mediocridade a que chega um colunista como o Paulo Sant'Anna, mas tive que concordar com o seu raciocínio de ontem, que reconhece que o processo de impeachment de Yeda não teria continuidade por provas, indícios ou insuficiência delas, mas pelo número de deputados que estão na base aliada. Apesar de fazer uma infeliz comparação com Lula, Sant'Anna explicita a total falta de compromisso dos deputados da situação em querer tornar transparente a crise política do estado.

O PMDB gaúcho está no centro disso: aliás, como o ilustre deputado Alceu Moreira poderia votar contra os interesses da governadora, se foi justamente ele o responsável pelo projeto de aumento de 143% do salário da governadora?


Enfim: vejo com bons olhos a candidatura de Ciro Gomes à Presidência. Para a esquerda que não se sentisse bem em votar no PMDB de vice da Dilma, o voto no bloquinho (PSB, PDT e PCdoB) seria uma alternativa no campo da situação. Apesar de ser uma figura controversa, uma canditadura de Ciro seria em termos simbólicos (como foi a eleição do ex-sindicalista Lula) uma chance ímpar de um partido Socialista chegar ao governo (ao menos, o partido de intitula assim!).

De mais a mais, conversando com o seu Ruben por esses dias, entre idéias e idéias, ele deixou uma pergunta no ar, que retomo agora: se há limites para reeleição de cargos executivos, porque não se limita também a reeleição de senadores, deputados e vereadores?

Gilmar Mendes, ¿por qué no te callas?

Do Conversa Afiada:
Juro que não sei da onde sai tanta besteira junta da boca de um só cristão...

E PÁRA de gaguejar: "Vossa Excelência não está na rua, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade da Justiça brasileira. Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso".

19 de outubro de 2009

Além do que se vê


Esse ano de 2009 a União da Juventude Socialista - UJS - comemora os seus 25 anos de lutas e conquistas. Embora eu não seja filiado, sou próximo e simpático à UJS.

Esse lema que intitula a postagem embalou, pela musica de Los Hermanos, o congresso de 2006 da UJS, ano da reeleição do Presidente Lula. Pois ao passo que defende o socialismo, a entidade compreende justamente que "a estrada está além do que se vê": a sociedade que desejamos não virá de forma fácil ou imediata, mas como fruto do engajamento e da luta social. E o apoio ao governo Lula se mostrou como uma compreensão da conjuntura política que, embora possa reconheça seus problemas e limites, ainda assim analisa dialeticamente o panorama político e histórico, e considera mais importante os avanços que os oito anos de governo do PT representam.


Em meio às comemorações de 25 anos da UJS e a eleição da Diretoria Estadual, o nosso amigo Igor de Fato ofereceu um texto intitulado "Uma Moça com a cara do Novo Brasil", encontrado aqui. Entre conversas de botequim, ele me questionou sobre o fato de terem se referido ao seu texto como uma poesia. Afinal, uma poesia é apresentada, de modo geral, pela sua constituição em versos
(o que de fato não corresponde ao seu texto). Ora, deixemos os aspectos formais por ora em suspenso (para os quais se adequariam melhor a expressão "poema"), e consideremos a poesia como arte do encantamento do espírito por intermédio do uso da palavra. Não se trata de uma forma de esgotar um conceito (longe disso), mas de adequá-lo (ainda que de forma não aprofundada) ao seu uso corrente. Assim, à metáfora da moça, pelo seu uso através da busca de um efeito de sensibilidade, poderemos sim vê-la como uma expressão poética: por que não?

Resolvido o problema acerca da poesia? Não, assim como o caminho até o socialismo. Não desanimemos, pois o trajeto é longo. E a estrada? Ah, essa vai além do que se vê...

Além do que se vê - Los Hermanos

12 de outubro de 2009

Degradação de valores?


Já é chavão "refletir" sobre a degradação e perda de valores na "sociedade contemporânea". Olhe ao mundo ao redor: você constata isso mesmo? E se olhar para o passado? Afinal, afirmações a respeito de "perda" e "degradação" implicam que haja no passado um momento em que esses valores tenham sido respeitados... Não é?

"A moral é precedida pela compulsão; ela se mantém mesmo por algum tempo como compulsão, à qual nos submetemos para escapar a consequencias desagradáveis. Mais tarde, torna-se costume, mais tarde ainda, obediência livre, e finalmente, quase se torna instinto; daí, como todas as coisas costumeiras e naturais, ela é ligada à gratificação - e então se torna virtude"
Nietzsche - Humano, Demasiado Humano

"cada pequeno passo na terra foi pago com tortura física e espiritual... quanto sangue e crueldade estão por trás de todas as 'boas coisas'!"
Nietzsche - A Genealogia da Moral

Sobre o maniqueísmo entre bem e mal, nada melhor que Nietzsche para apontar a linha tênue que separa um valor do outro. Aí me dizerem que os valores estão invertidos... Quando os valores (apropriação de valores
ocidentais judaico-cristãos) foram "corretos"? E para quem foram "corretos"? E a vigência desses bons valores faziam (?) os homens e a sociedade melhor? Atribuir essa "inversão" de valores à ascensão do capitalismo não é apenas simplificar as coisas também? Será que hoje não somos apenas menos hipócritas?

Fica a reflexão para o dia das crianças!

Intermezzo III

Show antológico gravado em 18 de outubro de 1978 em Milão, na Itália, com o maestro Tom Jobim e o poeta Vinícius de Moraes, acompanhados pelo violão de Toquinho e pela voz de Miúcha.































9 de outubro de 2009

Da materialidade da Literatura


A prática de ensino de Literatura, tanto na universidade quanto em outros níveis do ensino, tem apontado o nosso distanciamento do objeto livro. The book isn’t else on the table. A facilidade e praticidade das fotocópias ou montagens que contém fragmentos de obras ou textos curtos servem a fins didáticos; mas, se a literatura se faz de livros publicados (e cabe aqui o questionamento), quanto o laboratório de distingue da realidade? Que implicações há em negar o suporte próprio da Literatura no processo de leitura?

Entre essas e outras perguntas, propus em uma aula no Pré-Vestibular Popular Alternativa uma atividade que priorizasse o contato com livros. Afim de esclarecimentos: esse projeto que comemora 10 anos é um dos espaços de inclusão da universidade voltado para a comunidade santa-mariense que não tem condições econômicas de arcar com a preparação para o vestibular. A coordenação do projeto e as aulas são por conta e organização de alunos voluntários das universidades da cidade, com o suporte institucional e financeiro da Pró-Reitoria de Extensão da UFSM.

Desde 2004 tenho a oportunidade de trabalhar no Alternativa ministrando aulas, sobretudo de Literatura Brasileira. Depois de uma pausa de dois anos em virtude da dedicação ao mestrado, retornei à sala de aula, inicialmente em parceria com a Profª Priscila do Prado. Para esse ano, delineamos a disciplina privilegiando em um primeiro momento a poesia para, só depois, dedicarmo-nos à prosa.

(As leituras indicadas para a prova de Literatura Brasileira
do vestibular 2010 da UFSM podem ser encontradas
aqui)


Enfim: em meio às reflexões propiciadas pela abordagem à poesia moderna brasileira, principalmente no questionamento aos limites da “arte” e sua aproximação com a “vida”, propus uma atividade que estimulasse o contato com os livros. Mas, longe de levar autores consagrados em re-re-reedições atualizadas revisitadas remasterizadas, levei-lhes alguns livros de poemas que tinha em casa, de poetas de diferentes gerações e mais ou menos conhecidos em seus sub-sistemas literários.

Dei a oportunidade que escolhessem, em duplas ou trios, um livro a julgar pela capa, textura, bitola e título. E assim eles teriam que verificar informações no livro sobre o autor e suas obras, ler alguns poemas e destacar elementos que lhes pudessem chamar atenção. Considerando-se a variável de interesse, a atividade de uma forma geral foi muito satisfatória: mãos manipulavam livros e liam com os dedos, redescobrindo os poemas em uma unidade produtora de sentido, ao lado de outros poemas e de cores e imagens e formatos.

* * *

Alguns livros foram mais bem aceitos do que outros. Obviamente destacarei os que tiveram destaque positivo.

O poeta que assume uma relação intensa e ambígua com Brasília, Nicolas Behr, teve uma ótima receptividade. Vinde a mim as palavrinhas (2005) é uma compilação de textos publicados mimeografados pelo autor, à margem do mercado editorial, que visualmente destaca-se pelas fontes que remetem às máquinas de escrever. Assim também é Braxília Revisitada (2005), cujos poemas-piada retomam a lírica de Oswald de Andrade, os alunos estimularam-se pela leitura e seus jogos de linguagem e de sentido:

DAS DUAS UMA

ou tiro sai
pela culatra
ou sai
pela nuca
de grão em grão
a galinha
enche o papo
de palavra em palavra de palavra
em palavra de palavra em palavra
de palavra em palavra de palavra
em palavra de palavra em palavra
de palavra em palavra de palavra
este poema enche o saco


(Nicolas Behr, Vinde a mim as palavrinhas)

alô? eu queria falar com
a substituta da assistente da
secretária da coordenadoria

da secretaria da assessoria
da chefia da procuradoria da
defensoria da corregedoria
da ouvidoria da dona maria
que está na portaria.
ah, saiu? não volta mais hoje...

no princípio era a lama
a lama virou cama
a cama virou câmara

onde eles legislam
deitam e rolam

(Nicolas Behr, Braxília revisitada vol.1)

Outro poeta que despertou o interesse dos alunos foi Delalves Costa, a partir de Coisas que faltam em mim (2006) e Considerações pre-maturas & outras ausências (2008). Alunos surpreenderam-se com a informação de que há jovens poetas gaúchos publicando atualmente, o que propiciou um debate acerca
das instituições legitimadoras da Literatura. Afinal, cada vez mais temos mais leitores e, por outro lado, mais escritores disputando um lugar ao sol: como professor, formador de opinião, não nego (e nem devo negar) o meu papel como (uma) instância legitimadora. Com essa atividade amplio o conhecimento dos alunos em relação à textos e escritores (até então ignorados pelos alunos), o que me concede estender, pouco a pouco, os limites da Literatura.

Em Coisas que faltam em mim, os sentidos dos poemas estarão em jogo com o próprio formato inusitado do livro: a capa é um envelope, no qual temos as páginas dos poemas soltas, como cartões da sorte para serem lidos aleatóriamente. A unidade e a linearidade do livro faltam, o que dilacera a posição do sujeito-lírico à procura de si, das ausências e do indizível. É preciso portanto descobrir-se e redescobrir a própria poesia no instante ou na temática surpreendente, como acontece também em Considerações Pre-Maturas & Outras Ausências. O cotidiano apresenta a sua poesia pelo olhar do poeta em busca do que lhe é ausente ou indizível:

O TÁXI

E assim... de malas prontas
me olhava como se escrevesse
uma carla a la canhoto
(ainda que minha, palpitasse!)...
Com o olhar pequeno
à procura de voz
à procura de nós
à procura de fantasmas
para levá-la ao táxi!...
De um homem deveras gentil
que lhe abrisse a porta,
de um romântico
que lhe desse o beijo!
Enfim!... De última hora
à espera de alguém
para desfazer suas malas
apenas com um "não se vá!"...
Mas o táxi sinalizou à direita
e logo à esquerda
me levando... me levando...
te levando e se foi!...

(Delalves Costa, Considerações Pre-Maturas & Outras Ausências)


COISAS QUE FALTAM EM MIM

Faltam ruas, sobro em disfarces.
Eu sei. São infindáveis
Os caminhos a seguir.

Mas vou disfarçando sem pressa
Para não sentir em minhas ausências
As coisas que faltam em mim.

(Delalves Costa, Coisas que faltam em mim)

Por fim, destaco ainda


* * *

a

[postagem inconclusa]

Credibilidade da fonte



(queridos alunos!)

O problema não é a divergência de opiniões e posicionamentos: é a coerência dos argumentos e qualidade das fontes de informação!


Eis o panorama da coerência da brazilian direita política: "O FHC, o Geraldo, o Serra, gosto da Heloísa Helena, gosto do Simon, gosto do Gabeira do PV..."!

4 de outubro de 2009

Intermezzo II



Si Se Calla El Cantor
Mercedes Sosa
Composição: Horacio Guarany

Si se calla el cantor calla la vida
porque la vida, la vida misma es todo un canto
si se calla el cantor, muere de espanto
la esperanza, la luz y la alegría.

Si se calla el cantor se quedan solos
los humildes gorriones de los diarios,
los obreros del puerto se persignan
quién habrá de luchar por su salario.

'Que ha de ser de la vida si el que canta
no levanta su voz en las tribunas
por el que sufre, por el que no hay
ninguna razón que lo condene a andar sin manta'

Si se calla el cantor muere la rosa
de que sirve la rosa sin el canto
debe el canto ser luz sobre los campos
iluminando siempre a los de abajo.

Que no calle el cantor porque el silencio
cobarde apaña la maldad que oprime,
no saben los cantores de agachadas
no callarán jamás de frente al crimén.

'Que se levanten todas las banderas
cuando el cantor se plante con su grito
que mil guitarras desangren en la noche
una inmortal canción al infinito'.

Si se calla el cantor . . . calla la vida.